4 de agosto de 2019

Estigmas e estereótipos sobre as lesbianidades e suas influências nas narrativas de histórias de vida de lésbicas residentes em uma cidade do interior paulista

Autora: Lívia Gonsalves Toledo

Resumo: 
Este estudo aborda o modo como estigmas e estereótipos a respeito das lesbianidades influenciam, na esfera da sexualidade, a vida de mulheres que se autodenominam lésbicas. Primeiramente, realizei uma retomada crítica sobre a história da construção desses estigmas e estereótipos para apreender as relações de poder que os sustentam até o presente. Entre estas, estão o machismo, fruto do viriarcado, e seus referentes de sustentabilidade, a saber, a heteronormatividade e o heterossexismo, enquanto formas de relação de poder que, independentemente do vínculo entre as pessoas, regulam a construção de suas identidades de gênero, sexuais e políticas a partir dos estigmas e estereótipos a elas aplicados. O estudo aponta que, em um contexto social machista, as mulheres que se relacionam eróticoafetivamente com outras mulheres permaneceram invisíveis, o que possibilitou a perpetuação de discursos homofóbicos a seu respeito, os quais se apresentam como inteligíveis para os padrões heteronormativos de relações entre as pessoas. Em um segundo momento, entrevistei cinco mulheres lésbicas (três de 18 a 25 anos e duas de 40 a 50 anos, residentes em Assis, interior do Estado de São Paulo, de classe média, de formação educacional até o ensino médio, sendo uma “mulata” e quatro brancas) com o objetivo de compreender como estigmas e estereótipos sobre as lesbianidades influenciam o discurso dessas mulheres no que diz respeito à construção de suas subjetivações. Os resultados apontam que essas mulheres foram (e ainda são) atravessadas pelos estigmas e estereótipos abordados e que há variações no modo como essas influências se deram, em razão da questão geracional e do modo como elaboram o luto da heterossexualidade. Espera-se que este trabalho possa contribuir para a problematização das questões ligadas às políticas públicas dirigidas às (a) mulheres lésbicas e/ou (b) com relações/práticas homoeróticas, bem como para (c) a redução de suas vulnerabilidades nas áreas da saúde, educação, segurança e (d) direitos humanos e sexuais.

Ano da publicação: 2008

Publicado por/em:  Faculdade de Ciências e Letras de Assis - Dissertação - Universidade Estadual Paulista

Clique aqui para acessar o trabalho.

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