Resumo:
Este artigo é fruto de pesquisa etnográfica realizada entre 2003 e 2008, com mulheres que se relacionam afetiva e/ou sexualmente com mulheres, na cidade de São Paulo. Tem por foco o modo como a diferença é produzida tanto na distribuição destas mulheres pelos lugares do circuito de lazer noturno em diferentes bairros da cidade quanto nas categorias de classificação mobilizadas para falar sobre a sexualidade. A pesquisa em campo foi conduzida de modo a obter a maior diversidade possível em termos de classe, geração, “raça”/cor e trajetórias e identidades afetivo-sexuais, por meio de observação etnográfica no circuito comercial de lazer paulistano frequentado por estas mulheres e em espaços de sociabilidade privados, complementada por entrevistas em profundidade. O olhar para os resultados revisita alguns dos primeiros olhares teóricos das ciências sociais brasileiras para a temática da homossexualidade, recuperando aspectos que permitem uma aproximação entre algumas destas abordagens e formulações da teoria feminista contemporânea de inflexão pós-estruturalista. A análise retoma os esforços da literatura antropológica brasileira dos anos 1980 em desvendar a articulação entre sexualidade e outras hierarquias sociais, enfatizando a interseção entre diversos eixos de diferenciação social.
Ano da publicação: 2018
Publicado por/em: Revista Gênero
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