18 de outubro de 2019

Políticas de saúde voltadas às lésbicas: um estudo sobre as possibilidades de reverter um quadro histórico de invisibilidade

Autora: Fernanda Calderaro

Resumo:

Esta pesquisa tem por objetivo compreender como se deu a atuação do governo federal, dos movimentos sociais e da academia na construção de políticas de saúde destinadas às lésbicas e como estas aparecem nessas ações. Tais ações são produtos sociais heterogêneos que englobam elementos humanos e não-humanos em interação, formando uma rede sociotécnica. Dentre os elementos dessa rede, tivemos por foco a atuação do governo federal, dos movimentos sociais lésbicos e da academia. Nesta interação, a academia se fez presente na produção de conhecimentos que embasam as ações e demandas dos movimentos sociais lésbicos e o governo se posiciona como interlocutor e receptor de tais demandas, as transformando em políticas públicas. Os procedimentos para a realização desta pesquisa incluíram a análise de documentos de domínio público de responsabilidade do governo federal, entrevistas com algumas atrizes que fazem parte da rede formada em torno da saúde de lésbicas e anotações em diário de campo. As análises realizadas tiveram como aportes teóricos a Teoria Ator-Rede e a abordagem das práticas discursivas. Os resultados mostraram que as reivindicações por saúde fazem parte das estratégias de visibilidade e organização dos movimentos sociais lésbicos, que, por sua vez, engendram novas normatizações e formas de patologização de suas práticas sexuais. A demarcação dos limites da normalidade pelas políticas de saúde do governo federal se dão por meio das vulnerabilidades de infecção DST/HIV/Aids e hepatites virais, câncer de mama e colo de útero, pelas violências a que estão submetidas as lésbicas (doméstica, sexual, institucional), e pela vivência de situações de discriminação e preconceito.

Ano da publicação: 2011


Publicado por/em: Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

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