Resumo:
O objetivo desta dissertação é compreender a ascensão do Movimento Escola Sem Partido através da aliança feita com os setores conservadores para excluir e proibir as políticas educacionais em gênero e diversidade sexual no Brasil. Trata-se de uma investigação qualitativa, e dessa forma, analisamos os conteúdos disponibilizados pelo site e compartilhado pelo perfil público do Movimento no facebook, além de entrevistas fornecidas pelo seu fundador, Miguel Nagib. No exame do material obtido, foram fundamentais as reflexões teóricas sobre os estudos feministas, a construção da categoria gênero, as relações de gênero no espaço escolar, as legislações e as políticas públicas educacionais em gênero e diversidade sexual e o entendimento sobre a ascensão dos grupos fundamentalistas cristãos no cenário político do país. A partir da perspectiva pós-estruturalista, principalmente, alicerçada pela obra de Michel Foucault (1988) e de Joan Scott (1995), apresentamos quais discursos institucionalizam e normatizam o gênero e como esses discursos constroem, também, negativamente o termo "ideologia de gênero”. Isto posto, apresentamos quais ações estão sendo tomadas e influenciadas pelo Movimento, a fim de barrar, excluir e proibir qualquer discussão sobre as questões de gênero em nossa educação. E por outro lado, destacamos a inconstitucionalidade das proposições defendidas pelo Escola Sem Partido (ESP), as quais desrespeitam a liberdade de ensinar, de aprender, o pluralismo de ideias e o exercício da cidadania. E por fim, enfatizamos os atos de resistência construído através de uma rede de associações profissionais, entidades sindicais, dos movimentos sociais em defesa da educação e dos órgãos nacionais e internacionais, que através de diversas ações vem fortalecendo a agenda de políticas educacionais em gênero e diversidade sexual no Brasil.
Ano da publicação: 2017Publicado por/em: PPGFPPI - Dissertação - Universidade de Pernambuco
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