2 de julho de 2019

Os entraves subjacentes à existência da mulher-cis, negra e lésbica: um estudo autoetnográfico

Autora: Ana Carolina Silva Oliveira

Resumo: 
O presente trabalho tem como base a metodologia utilizada por Paul Preciado em sua obra Testo Junke: Sexo, drogas e biopolítica na era farmacopornográfica, a autoetnografia. Trata-se de um método que visa descrever e examinar de modo sistemático a experiência pessoal, o que significa que autora se coloca enquanto sujeito de observação, utilizando-se de seu corpo como plataforma de construção teórica, trazendo à luz um externo que atravessa os seres, como o Estado, a história da humanidade, a cultura, o capital, as mídias, as tecnologias dentre outros dispositivos de controle que elucidam as questões subjacentes às experiências dos sujeitos e que fazem parte de seu processo de subjetivação. Ao se debruçar sobre a existência da mulher cisgênera negra e lésbica, a construção teórica, a partir de revisões bibliográficas, traz em suas linhas, a grande possibilidade de se tratar de uma vida permeada por constantes torturas psicológicas por se desviar dos valores hegemônicos determinados pelo sistema social. São torturas que se apoiam no não pertencimento no enquadre de feminilidade e todos os seus atributos (vestimentas, ações, etc.), no racismo estrutural, na invisibilidade e deslegitimação de suas relações afetivo-sexuais, demarcando, com isso, como os dispositivos de gênero impactam em nossas vidas. Nessa perspectiva, considera-se que o debate sobre essas experiências é um ato político, e mais do que isso, de sobrevivência, pois o direito básico de existir em sua autenticidade, ao que parece, é algo cunhado como proibido ou de difícil acesso, tendo como ideal uma massa de criaturas confeccionas de acordo com o protótipo. 

Ano da publicação: 2020

Publicado por/em: IBDSEX

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