2 de julho de 2019

Uma reflexão sobre a ausência de lésbicas em festas LGBTI+ na cidade de Recife

Autora: Fernanda de Carvalho Azevedo Mello

Resumo: 
O presente artigo destina-se a aprofundar teoricamente uma das dificuldades para a realização de pesquisas que abordem vivências e experiências lésbicas: a baixa frequência com que um número significativo desse grupo de mulheres é encontrado em um único lugar. Como amostra, utilizo a cena noturna voltada ao público LGBTI da cidade de Recife, apreendida através de observação participativa como parte da etnografia intitulada Gênero em Festa: Uma Etnografia da Participação de Lésbicas e Mulheres Bissexuais em Espaços LGBTI na Cidade de Recife. No entanto, esses ambientes são marcados pela presença masculina, destacando, comparativamente, a presença pouca expressiva de lésbicas e mulheres bissexuais. Sob a ótica dos fenômenos urbanos, as festas são manifestações de libertação e comemoração, que não apenas pretendem romper com a ordem cotidiana, mas figuram também como parte da rotina semanal da citadina e/ou citadino. Em Recife, é comum o surgimento de regiões morais que dão a espaços e localidades urbanas alguma característica pessoal daqueles que tem o costume de transitar por ali. Por tal, há uma espécie de rodízio não regulado que garante que as festas e eventos para lésbicas, gays, mulheres e homens bissexuais, travestis, transsexuais, e pessoas intersexo (LGBTI) aconteçam costumeiramente nos mesmos lugares, onde a inferioridade numérica de lésbicas e mulheres bissexuais já se apresentou como entrave no desenvolvimento de pesquisas que visam a esse grupo de mulheres em específico. 

Ano da publicação: 2019

Publicado por/em: 4o Seminário Internacional Desfazendo Gênero

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