Resumo:
O presente artigo destina-se a aprofundar teoricamente uma das dificuldades para a realização de
pesquisas que abordem vivências e experiências lésbicas: a baixa frequência com que um número
significativo desse grupo de mulheres é encontrado em um único lugar. Como amostra, utilizo a cena
noturna voltada ao público LGBTI da cidade de Recife, apreendida através de observação participativa
como parte da etnografia intitulada Gênero em Festa: Uma Etnografia da Participação de Lésbicas e
Mulheres Bissexuais em Espaços LGBTI na Cidade de Recife. No entanto, esses ambientes são
marcados pela presença masculina, destacando, comparativamente, a presença pouca expressiva de
lésbicas e mulheres bissexuais. Sob a ótica dos fenômenos urbanos, as festas são manifestações de
libertação e comemoração, que não apenas pretendem romper com a ordem cotidiana, mas figuram
também como parte da rotina semanal da citadina e/ou citadino. Em Recife, é comum o surgimento de
regiões morais que dão a espaços e localidades urbanas alguma característica pessoal daqueles que tem
o costume de transitar por ali. Por tal, há uma espécie de rodízio não regulado que garante que as festas
e eventos para lésbicas, gays, mulheres e homens bissexuais, travestis, transsexuais, e pessoas intersexo
(LGBTI) aconteçam costumeiramente nos mesmos lugares, onde a inferioridade numérica de lésbicas e
mulheres bissexuais já se apresentou como entrave no desenvolvimento de pesquisas que visam a esse
grupo de mulheres em específico.
Ano da publicação: 2019
Publicado por/em: 4o Seminário Internacional Desfazendo Gênero
Publicado por/em: 4o Seminário Internacional Desfazendo Gênero
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