19 de junho de 2019

Gestando afetos, concebendo famílias : reflexões sobre maternidade lésbica e reprodução assistida em Aracaju-SE

Autoras: Lídia Marcelle Arnaud Aires

Resumo: 
Ao longo das últimas décadas a diversidade de arranjos familiares tem se tornado cada vez mais visível, eclipsando a ideia de um modelo único e imutável de família. Entre as que compõem tal diversidade estão as famílias formadas por casais de gays e lésbicas, que se utilizam de diferentes estratégias para superar a interdição de filhos/as que a simetria do aparato biológico lhes impõe. Umas das estratégias utilizadas por esses casais são as técnicas de reprodução assistida. Neste contexto, a família homoparental originada a partir de um par lésbico nos incita a pensar sobre a intensa valorização da maternidade biológica como um componente importante para a construção da identidade feminina. Percebe-se que também para as lésbicas o desejo de ser mãe permanece como uma característica definidora do que é ser mulher. No entanto, devido à orientação sexual do casal, este desejo e a realização do mesmo são experimentados junto com algumas questões que não se aplicam aos casais heterossexuais. O presente trabalho resulta de algumas reflexões sobre a parentalidade em famílias formadas por lésbicas cujos/as filhos/as foram gerados a partir de técnicas de reprodução assistida, na cidade de Aracaju (Sergipe). Assim sendo, busco entender quais os mecanismos utilizados para a construção da maternidade e em que medida esta se distingue daquela experimentada por um casal heterossexual. Além dos vínculos consanguíneos, outros são construídos e valorizados com vistas a cimentar a relação de parentesco entre as mães e a criança, demonstrando que não apenas as substâncias corporais são os ingredientes para construção do parentesco e da família.

Ano da publicação: 2012

Publicado por/em: PPG em Antropologia - Dissertação - Universidade Federal de Sergipe

Clique aqui para acessar o trabalho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário